::Espera.
Meu coração parou de bater quando ele disse nunca mais. Meu amor é tão grande, tão forte que não aceita um não. Fiquei padecendo; esperando ele voltar, esperando ele ligar: nada. Sozinha. Não agüento mais ter a solidão como colega de quarto. Não agüento mais não ter para quem ligar, com quem falar. São palavras escritas, paredes, ruas, cidade. É o mundo e em nenhum lugar tem alguém para me dar um abraço.
Estou cansada e só quero ficar esperando. Esperando que algo acontecessa, mesmo sabendo que minha espera é -e sempre será- em vão.
Tudo aqui é em vão, esse cigarro, essa tosse, meus dedos, minhas lágrimas. Bosta nenhuma pagará o preço que eu quero: um amor de verdade.
Eu quero ser ajudada, eu estou erguendo a mão. Porque não consigo sozinha, sozinha sou menos ainda. Sozinha sou o resto da última festa.
Lágrimas. Elas já falam tudo.
Eu vindo para casa, com a chuva, o cigarro sempre apagando e as lágrimas. Porque elas me amam, elas gostam do meu rosto e da minha pele lisinha. Gostam de me fazer companhia, mesmo sem fazer alguma.
Só quero gritar o seu nome pela cidade, quero dizer que vou me jogar do mais alto edifício, quero pichar a sua casa dizendo: Eu me odeio por te amar.
Mas tudo o que faço é ficar parada, imóvel, sem reação. Esperando.
Para sempre.
Esperar.
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