3.28.2007

(In)sensível.

Eu fiquei tentando entrar. Ficar bem pequenina e mesmo assim ter que me encolher. Minha boca ficou fechada e todas as palavras juntas forçando os meus dentes- cerrados.
Troquei as letras, coloquei os pés pelas mãos, falei muita besteira.
Arranhei, puxei os cabelos, cuspi sangue.
E nada disso pareceu ser suficiente. Eu queria mais, muito mais.
Chegar ate o limite, ir um pouco alem e explodir em uma nuvem de fumaça.
Ficava repetindo sempre as mesmas palavras. Mesmos gestos. A mesma merda toda.
E estava na cara, a menos de um palmo do meu nariz, que nada daquilo teria resultado. Que eu teria que voltar ao inicio- de outra corrida.
Como é que é mesmo? O que: sentir?
Decepção, sofrimento, desamor, solidão.
Queimado, cortado, batido, arranhado.
Nada, querida, NA-DA.
Por mais que eu tentasse sentir, mas indiferente me tornava.

E agora pouco, depois de ler aquele trecho daquele livro e não me emocionar, pulei da janela.

NADA, PORRA, NADA.

2 comments:

Rebecca Loise said...

! mas é pra voar da janela, Naty!

bonito e denso pela revolta de não poder mais entranhar!

Anonymous said...

Conter gritos de sofrimento e lágrimas por meio de colchas de edredom, nunca foi meio forte.
Tb prefiro q vc sai voando pela janela.