(In)sensível.
Eu fiquei tentando entrar. Ficar bem pequenina e mesmo assim ter que me encolher. Minha boca ficou fechada e todas as palavras juntas forçando os meus dentes- cerrados.
Troquei as letras, coloquei os pés pelas mãos, falei muita besteira.
Arranhei, puxei os cabelos, cuspi sangue.
E nada disso pareceu ser suficiente. Eu queria mais, muito mais.
Chegar ate o limite, ir um pouco alem e explodir em uma nuvem de fumaça.
Ficava repetindo sempre as mesmas palavras. Mesmos gestos. A mesma merda toda.
E estava na cara, a menos de um palmo do meu nariz, que nada daquilo teria resultado. Que eu teria que voltar ao inicio- de outra corrida.
Como é que é mesmo? O que: sentir?
Decepção, sofrimento, desamor, solidão.
Queimado, cortado, batido, arranhado.
Nada, querida, NA-DA.
Por mais que eu tentasse sentir, mas indiferente me tornava.
E agora pouco, depois de ler aquele trecho daquele livro e não me emocionar, pulei da janela.
NADA, PORRA, NADA.
2 comments:
! mas é pra voar da janela, Naty!
bonito e denso pela revolta de não poder mais entranhar!
Conter gritos de sofrimento e lágrimas por meio de colchas de edredom, nunca foi meio forte.
Tb prefiro q vc sai voando pela janela.
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